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sábado, 4 de dezembro de 2010

Pequenas diferenças entre filme e livro!



Talvez não exista um filme que tão bem soube captar a essência de um livro como a trilogia de O Senhor dos Anéis, mas, contudo, há quem não concorde, ou acredite que é conversa de fã, apesar de existir sim algumas diferenças entre o filme e o livro, o diretor Peter Jackson realmente conseguiu em três filmes apresentar um resumo do mundo criado por Tolkien.
 Depois de analisar outros exemplos de obras literárias e literaturas de ficção transformados em filmes, pode-se perceber a grande precariedade que possuem em tentar transmitir a visão que o autor tinha de sua obra, e talvez a falta de comprometimento com a história, deixando muito a desejar na autenticidade, na descrição dos personagens ou até mesmo na eficiência de seus atores ao interpretar.
Em O Senhor dos Anéis há visivelmente uma preocupação com todos esses detalhes, como a caracterização dos personagens, sua ligação com o ator, a minucia ao escolher o cenário e paisagens onde as cenas são contadas no livro, a visão geral da história, até mesmo a trilha sonora é de extrema importância neste momento, e vemos a seriedade com que foi trabalhada dentro da construção do repertório que o compositor Howard Shore dedicou-se a apresentar na trilogia.
Sendo assim, o primeiro filme A Sociedade do Anel, possui uma riqueza de detalhes, alguns mais próximos ao texto original do livro e outros nem tanto, mas que não diminuem a beleza da obra em si, talvez o leitor como apreciador, que busca no filme um relato completo do livro fique decepcionado quando deparasse com certas diferenças de roteiro e personagens, contudo, ao se propor uma releitura de uma história com tantas aventuras e personagens, o tempo cronológico às vezes é insuficiente para explicar todas as situações que a narrativa pede.

Algumas dessas controvérsias ocorrem quando Galadriel, senhora e elfa rainha de Lothlórien, narra como os Anéis do Poder foram forjados, contudo em sua fala pode-se traduzir como se o próprio Sauron tivesse forjado todos os anéis e depois os distribuiu as raças que os possuíam.
Ainda sobre épocas remotas, o filme lembra como o anel foi tirado de Sauron, e conta que Isildur o levou ao interior da Montanha da Perdição, juntamente com Elrond, para destruí-lo, mas nada disso é narrado no livro, talvez tenha sido somente uma ilustração de como o anel deveria ter seu fim, para Elrond ao narrar à história saber que já havia passado pela mesma situação, dando ênfase a batalha pela destruição de Sauron.
No filme há necessidade de aceleração na cronologia dos fatos, então em alguns momentos o tempo que no livro tem um papel de anos, no filme dá a entender algumas semanas somente, é uma forma talvez de dar mais dinâmica à história, assim como vemos a forma como Merry e Pippin entram na aventura, no filme foi pura coincidência o encontro, mas no livro foi uma decisão consciente, pois eles já sabiam tudo relativo ao anel.
Alguns personagens foram suprimidos, como Tom Bombadil, o qual possui um livro com sua história, narrado em forma de versos, e que também salvou a vida dos hobbits algumas vezes, exemplo disso, das Criaturas Tumulares, outros seres que também foram retirados da história.
     Glorfindel, senhor élfico, que mora em Valfenda e no livro é ele que salva Frodo e seus amigos dos Nazgûl, espectros do Anel, sendo ainda Frodo que atravessa sozinho o Bruinen com os Nove em seu encalço e são Elrond e Gandalf em Valfenda que o ajuda, conjurando o Rio a se erguer em forma de cavalos.
Uma das mudanças de maior impacto para o desenrolar da narrativa, é a forma como Aragorn consegue a espada reforjada pelos elfos, Andúril, no filme é Elrond que leva até Aragorn, mas no livro é ele mesmo que a leva quando sai de Valfenda com a comitiva do anel.


Essas mudanças de personagens e situações, foram necessárias para introduzir o romance entre Aragorn e Arwen, pois ela é parte atuante no filme, ajudando Frodo e a comitiva, influenciando seu pai, mas que no livro não é muito citada e sua importância é muito menor no desenrolar de tudo.
Assim sendo, pode-se dizer que a escrita sempre será mais completa, com seus detalhes e riquezas incomparáveis, mas a imagem concretiza esse mundo de imaginação de uma forma tão autentica que um completa o outro, a beleza visual que a filmagem revela só foi possível pela beleza e perfeição narrativa com que o autor compôs sua obra.

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